Antigamente conhecido como futebol de salão, mesmo hoje, com todos os recursos disponíveis, ainda existe grande controvérsia a respeito de sua origem, contudo, o que se sabe ao certo é que esta modalidade dos esportes coletivos de quadra surgiu nos anos 30 e foi criado na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, Uruguai (Santini e Voser, 2008). Com o passar dos anos, difundiu-se por vários países por todo o mundo, e continua crescendo, sendo que no Brasil é o esporte com maior número de praticantes superando o futebol de campo.
Por ser um jogo dinâmico, apresenta característica de confronto entre duas equipes dentro da quadra de jogo. Ele tem características como à movimentação em quadra, que necessita brusca aceleração e desaceleração, somado a mudanças de direção (Pacheco, 2010). Kurata (2007) fala também que o futsal é uma modalidade que se caracteriza pela realização de esforços de alta intensidade e curta duração, intercalados com períodos de menor intensidade e duração variada.
Podemos definir fundamentos técnicos do futsal como gestos esportivos que são realizados com o menor gasto de energia e com a máxima precisão possível. Cabe-nos ressaltar que estes gestos podem ser treinados e aprimorados e são básicos para o bom desenvolvimento da partida de futsal.
De acordo com Andrade Junior (2009) a técnica do futsal é tudo aquilo que o atleta faz individualmente dentro da quadra de jogo. Segundo Filgueira (2004) a técnica proporciona o maior nível de desempenho no praticante da modalidade de forma objetiva e econômica. Voser (2003) segue a mesma linha, ao definir a técnica como todo o gesto ou movimento realizado pelo atleta que lhe permite dar continuidade e desenvolvimento ao jogo. Ou também como uma seqüência sem fim de movimentos realizados em uma partida, tendo como base os fundamentos do futsal.
Andrade Junior (2009) diz que a preparação para o aprendizado da técnica do futsal pode ser dividida em duas, sendo a preparação técnica especial onde o aluno ou atleta aprende as leis biomecânicas do movimento e as ações relativas ao desporto em si; já na preparação técnica geral ele amplia sua aptidão física e seus conhecimentos acerca dos fundamentos, sendo assim possibilita a realizar movimentos motores muito mais complexos. Para Lucena (2001) o padrão técnico de cada jogador é influenciado pelos componentes de equilíbrio, ritmo, coordenação geral e coordenação espaço-temporal, bem como as vivências motoras ao longo da vida.
Com isso, seguindo o proposto por Santini e Voser (2008) abordaremos os principais fundamentos do jogo de futsal, os quais são divididos em passe, chute, domínio, condução, drible, finta, marcação, e cabeceio.
Objetivo
Pretendeu-se, com esse estudo, fazer uma reflexão a respeito dos fundamentos técnicos que servem como base para a prática da modalidade futsal.
Metodologia
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio das bases de dados Lilacs, Scielo, Google Acadêmico e literaturas. Nestes locais de pesquisa foram buscados materiais de aporte para uma melhor explicação sobre o tema referido, cujos autores discutem diferentes assuntos ligados diretamente ao foco principal, que são os fundamentos técnicos básicos do futsal.
Fundamentos técnicos
Passe
O passe nada mais é do que a forma mais básica de comunicação entre dois jogadores. De acordo com Melo e Melo (2006) o passe é a forma de transportar a bola entre dois ou mais elementos de uma mesma equipe. Para Ferreira (1994) o passe é a "ação de enviar a bola a um companheiro ou determinado setor do espaço de jogo". O princípio básico é reter a bola o maior tempo possível, impossibilitando o adversário de tentar concluir uma ação tática ofensiva. O sentido lógico dos passes é envolver o adversário e deixar um atleta em condições de concluir ao gol (Zappa, 1947).
Devemos saber passar a bola a um companheiro de equipe que está em melhor situação a fim de concluir a jogada que se iniciou. Segundo Hargreaves (1990) é a segunda mais importante habilidade do futsal desde que este seja realizado com sucesso. O passe pode ser realizado de várias formas distintas, podendo ser dado com a sola, com a parte externa, com a parte interna, com o peito, com o calcanhar ou ainda com o "bico" do pé (Luxbacher, 1996; Asin, 1969; Borsari, 1989). Complementando o exposto acima Winterbottom (1954) fala que o passe pode ser feito também com a cabeça, em distâncias pequenas ou longas, pelo solo ou pelo ar.
Não se trata somente de lançar à bola a maior distância possível, é necessário e primordial colocar a bola com precisão (Asin, 1969). Segundo Costa (2007) passar é a forma que o jogador tem para movimentar a bola até um companheiro de equipe, para assim dar continuidade à jogada. Em teoria passar é fazer com que a posse de bola fique retira com uma das duas equipes, a perfeição desta ação permitirá a evolução das jogadas até o momento do chute ao gol.
Segundo Tenroller (2004), é a ação de interligar-se com os integrantes de uma equipe. É o fundamento técnico mais importante. É o elo de ligação num jogo. Acontece por muitas vezes no jogo e mais que qualquer outro fundamento. Para se ter uma idéia da importância desse fundamento, basta ver que quando uma equipe de alto nível sai de um jogo derrotado, no scalt é verificado um número acentuado de passes errados. As movimentações, as jogadas ensaiadas, ações técnicas, enfim, tudo fica prejudicado quando há ineficiência nesse fundamento.
Para Junior (1999), passe é a maneira como se bate na bola e implica que os atletas se comuniquem entre si dentro da quadra. É de fundamental importância para o rendimento da equipe, pois todos os sistemas táticos dependem desse fundamento. Para Filho (2000) deve-se observar não só a posição do companheiro para o qual se pretende passar a bola, como também à do adversário que o marca e, a partir daí, utilizar o tipo mais adequado para a situação e objetivo desejados.
Eles podem ser classificados de várias formas (SANTINI e VOSER, 2008). Quanto à dificuldade (passes básicos ou complexos); quanto à trajetória (rasteiros, meia altura ou altos); e quanto à distância (curtos, longos, médios, paralelos, diagonais, para frente ou para trás).
Finalização ou chute ao gol
Considerado por Costa (2007) como um dos principais elementos técnicos do futsal, é o fundamento com maior poder de decisão durante uma partida. Caracteriza-se por bater na bola com o pé, cabeça ou outra parte do corpo, fazendo com que essa vá em direção ao gol (Santini e Voser, 2008). Também segundo Costa (2007), é a força que o atleta imprime na bola objetivando o gol na equipe adversária.
Conhecido como chute ou remate, ele faz parte da essência do futsal, sendo assim, Mutti (2003) fala que a finalização assemelha-se muito com o passe, exceto pelo fato de que o jogador necessita maior controle da força e da direção ao acertar a bola. Tenroller (2004) diz que é a ação de golpear a bola parada ou em movimento, visando desviá-la ou dar-lhe trajetória, preferencialmente em direção ao gol.
Dentre as diversas formas de ser realizado, o chute com o peito do pé é o mais utilizado, pois com isso os jogadores conseguem imprimir maior força de remate em direção ao gol. A finalização com a parte interna do pé é um chute no qual o atleta consegue maior precisão, colocando a bola com mais facilidade onde desejar. Existe também o remate com a parte externa e com o "bico" do pé, os quais são utilizados em horas de "aperto" onde o jogador não possui maiores alternativas.
Chute é a ação de golpear a bola parada ou em movimento visando desviá-la ou dar-lhe trajetória (LUCENA, 2001). É um fundamento que precede o gol. A técnica do chute tem uma grande semelhança com a do passe, sendo que, a intenção, o objetivo e a força aplicada servem para diferenciá-los. Dentre as técnicas utilizadas, é a que detém o gesto motor mais natural para ser executado.
Recepção, domínio ou controle de bola
Recepção, domínio ou controle de bola é a habilidade em que o jogador amortece a bola e, sobretudo a conserva próxima de si, procurando, dessa forma, manter sua posse (Santos Filho, 2002). Para Melo e Melo (2006) esta ação nada mais é do que a forma com que o jogador recebe a bola com as diferentes partes do corpo desde que com isso, a bola fique sob seu controle. Costa (2007) diz que domínio é a forma de amortecer a bola ou recebê-la, visando dar seqüência as ações de jogo. Este fundamento técnico é de grande importância no jogo, pois um domínio mal feito pode resultar em gol da equipe adversária.
Ele é realizado de várias maneiras, podendo ser realizado com o peito, com o pé (partes externa, interna, sola e "bico"), com a coxa ou também com a cabeça. Durante uma partida o jogador pode receber a bola com qualquer uma das partes do corpo citadas acima podendo estar com apoio no solo ou sem apoio, executando a recepção com salto (Santos Filho, 2002). Conforme Rose Júnior (2006), recepção ou domínio de bola é a ação que consiste em receber ou interromper a trajetória da bola para que esta fique em condições de ser jogada com uma ação posterior, para dominá-la é preciso observar os fatores temporais e espaciais relacionados com a velocidade e a trajetória da bola, mais o espaço disponível para o domínio.
Para Lucena (2001), é a ação de interromper a trajetória da bola vinda de passes ou arremessos. Segundo o mesmo autor, uma boa recepção agiliza o jogo e também, juntamente com o passe, são os dois principais elementos do jogo. Para Tenroller (2004), é uma ação consciente que ocorre a partir do recebimento da bola, muitas vezes entregue por um companheiro de equipe, em mantê-la sob controle e, assim, poder realizar movimentos técnicos a fim de dar seqüência à jogada. Essa ação pode ser feita com qualquer parte do corpo, exceto com aquelas não permitidas pela regra.
Segundo Frisselli e Mantovani (1999), recepção é o primeiro contato com a bola, através de uma das estruturas corporais permitidas pelas regras. A partir desse primeiro contato, onde ocorre à recepção, passa-se à segunda fase, que é o domínio da bola, e, assim por diante, à terceira fase, que o controle da bola. O equilíbrio, a coordenação dos movimentos, a flexibilidade e total atenção e visão da bola são pré-requisitos básicos para uma boa execução desta habilidade.
Condução
Segundo Tenroller (2004), é o movimento de levar a bola próximo aos pés, de maneira que ela esteja sempre ao alcance do condutor, que assim poderá agir prontamente, quer seja caminhando ou em velocidade. Uma condução com habilidade apurada requer ampla percepção espacial. Muitos torcedores definem esse jogador como inteligente, de fato, requer as inteligências motoras amplas, espacial e temporal a fim de ser bem sucedido nos jogos.
Conduzir a bola refere-se à ação de carregá-la de um local para outro na quadra, principalmente em direção à goleira adversária (Mutti, 2003). Para Santos Filho (2002) a condução é a habilidade do jogador em controlar ou manter a bola sempre sob seu domínio. Sua condução poderá ser em linha reta, curva, em diagonal ou em ziguezague, porém sempre com movimentação solta e por meio de toques sucessivos.
Já para Costa (2007), condução de bola nada mais é do que o simples fato de transportar a bola pelos espaços possíveis na quadra, de um lado ao outro. Para que esta condução seja realizada de forma eficiente, ao tocar na bola, o jogador deve fazê-lo sem muita força, para que esta não fuja do seu controle. Também é necessário manter sempre uma boa visão de jogo, da bola e, principalmente, dos atletas, quer adversários ou de sua própria equipe.
Para Lucena, (2001), é a ação de progredir com a bola por todos os espaços possíveis do jogo. Ao conduzir a bola, deve-se estar sempre em condições de passar, finalizar, manter a posse ou dar seqüência às ações de jogo. Segundo o mesmo autor, ela classifica-se em: Condução em relação à trajetória ou à execução, podendo estas ser retilíneas ou sinuosas.
Quanto à execução, as conduções retilíneas e sinuosas podem ser realizadas com a face interna, face externa ou solado. Segundo Lucena (2001), deve-se considerar cabeça erguida, bola próxima do corpo, coordenação em velocidade, proteção de bola, equilíbrio, noção de espaço e estar em condições de passar, finalizar ou manter a posse de bola.
Drible
Denominamos drible como o recurso em que o jogador utiliza para, quando de posse de bola, ultrapassar o adversário sem perder o controle da mesma. De acordo com Mutti (3003), o ato de driblar é uma ação individual realizado com bola, que é o resultado de uma combinação de variáveis como equilíbrio, velocidade de arranque, agilidade, descontração muscular, ritmo entre outros, que tem por objetivo ultrapassar o adversário a sua frente. Para Costa (2007), drible é o gesto pelo qual o atleta busca ultrapassar um ou mais adversários, estando com a posse de bola sob seu domínio.
Segundo Lucena (2001), é uma ação individual, exercida com a posse da bola, visando ludibriar, um oponente tentando ultrapassá-lo. É um dos elementos do jogo, que para ser bem aplicado exige do praticante bom tempo de reação, velocidade de execução, noção de espaço, coordenação e a capacidade de improvisar na utilização das diferentes técnicas individuais..
Para Tenroller (2004), trata-se de uma série de movimentos e ações que culmina com a superação do adversário e a seqüência da jogada com a posse da bola. Curiosamente, em opiniões e depoimentos, alguns jogadores dizem sentir mais alegria e prazer em superar os adversários com a posse da bola, isto é, driblá-los, do que fazer o gol. Os dribles podem ocorrer por vaidade quando há uma diferença muito acentuada das habilidades individuais entre os jogadores.
Finta
Diferentemente do drible, a finta é um movimento realizado sem a posse da bola. Ele tem por objetivo principal deslocar o adversário e fugir de sua marcação. Para Costa (2007) fala que finta é o ato de se movimentar sem a bola com o intuito de ludibriar o adversário. Ela é feita através de um balanço do corpo para frente ou para os lados, para assim tirar proveito da jogada tirando distância do oponente. Este termo é amplamente empregado em esportes como basquetebol e o handebol.
Segundo Tenroller (2004), é uma ação de inteligência motora e cognitiva que ocorre no espaço e no tempo apropriado. Seu objetivo maior é o de levar o adversário - geralmente é o marcador - a pensar que quem fez a finta irá para um lugar quando este vai para outro. Esse deslocamento ocorre sem a bola justamente para que se possa, na maioria das vezes, recebê-la em situação privilegiada, ou seja, sem a pressão do adversário.
Tal fundamento é muito requisitado nos jogos de alto nível, uma vez que, logo após a finta, haverá a possibilidade de acontecer o chute a gol ou, ainda, um passe ou assistência a um colega de equipe em melhores condições de dar seqüência à jogada. Ela pode segundo Santini e Voser (2008) ser classificada quanto ao seu objetivo, seja ofensivo ou defensivo.
Marcação
Mesmo com muitos autores citando este fundamento em seus estudos como sendo de caráter coletivo, tendo em vista que ela é unidade da defesa, a marcação é realizada de forma individual pela aproximação do adversário, objetivando roubar-lhe a bola, impedir seu recebimento ou impedir sua ação. É de fundamental importância para um bom resultado final em uma partida.
Ela ocorre em dois casos distintos, ao se marcar o adversário que está com a bola e os adversários que estão sem ela. Costa (2007), diz que marcar o adversário é evitar sua progressão quando este está com a posse de bola, ou quando este está sem a posse de bola, marcação significa não deixar que este receba em condições dar seqüência na jogada.
É comumente dividida em marcação individual, por zona ou mista. Na marcação individual cada jogador de defesa tem sob sua responsabilidade um adversário pré-determinado, a quem caberá marcar, controlar e anular, impedindo-o de jogar, quando o time adversário tenha a bola. Neste tipo de marcação o fator mais importante é o jogador adversário a ser marcado. Já a marcação por zonas ou por setores é realizada considerando as faixas da quadra: defesa, meio-campo e ataque. Dividindo a quadra em zonas, atribui-se a cada jogador um espaço, de acordo com suas características e as da função a ser desempenhada, mas os limites das zonas não são estanques, cabendo aos responsáveis por cada zona o cuidado também com as demais zonas. E por fim a marcação mista consiste na soma das duas anteriores, segundo a qual parte da equipe joga marcando por zona, e outra, marcando individualmente, sobre um ou mais adversários. Geralmente utilizada para anular os grandes destaques individuais da equipe adversária.
Segundo Tenroller (2004), trata-se da ação de evitar que o adversário receba a bola ou, quando este a possui, impedir ou dificultar suas ações técnicas de condução, passe, chute ou drible. Há possibilidade de essa ação acontecer de modo individual quando um jogador ficar sempre muito próximo ao adversário. Essa é a denominada marcação homem a home ou individual. Outro modo de execução dá-se por zona. Este consistem em impedir o êxito da equipe adversária controlando suas ações em determinados espaços da quadra. Para Lucena (2001), é a ação de impedir que o oponente direto tome posse da bola, e quando de posse da mesma, venha a progredir pelo espaço de jogo, classificando-se segundo o autor em três aspectos: individual, por espaço ou zona e mista.
Segundo o mesmo autor, a técnica de marcar pode ser dividida em dois estágios: a aproximação e a abordagem.
Cabeceio
Cabeceio nada mais é do que golpear a bola com a cabeça. Ele deve ser executado preferencialmente com a testa (parte frontal da cabeça) e com os olhos abertos, para que o jogador possa determinar com maior precisão para onde a bola lançada (Mutti, 2003). Também segundo o mesmo autor a testa é a melhor região de contato da cabeça com a bola, porém o cabeceio também pode ser feito com a lateral e com a porção superior da cabeça. Segundo Tenroller (2004), é a ação de golpear a bola com a cabeça, dependendo do lugar da cabeça onde ocorre o contato com a bola, está ganhará maior ou menor velocidade ou direção. O cabeceio poderá ter propósito defensivo quando usado para afastar a bola da zona de defesa, há o cabeceio passe, que ocorre quando a bola é impulsionada até um colega de equipe e o cabeceio ofensivo, que é o que resulta na consecução do gol. É importante a quem executa o cabeceio fazê-lo com a boca fechada, a fim de evitar morder a língua. Também deve, se possível, cabecear com os olhos abertos para que possa ver antes e depois da trajetória da bola e se o alvo será ou não atingido.
Assim como o chute também tem como objetivo à finalização de uma jogada, ou a defesa de uma jogada, assim o cabeceio ofensivo tem como objetivo alcançar o gol do adversário, e o defensivo de defender um ataque adversário. O cabeceio ofensivo normalmente é realizado após um cruzamento seja ele de uma jogada pela lateral do campo, por um cruzamento de escanteio, ou cobrança de uma falta. O cabeceio é uma habilidade especifica dentro do futsal e apresenta erros de simples correção, porém muito freqüentes, sendo desta forma importante sua correção para que não virem hábitos difíceis de serem corrigidos posteriormente.
Considerações finais
Considerando todos os aspectos abordados por este manuscrito, percebemos que os fundamentos são essenciais para um bom desempenho no futsal, tanto para iniciação quanto para o alto rendimento, pois sem eles não há como realizar jogadas ensaiadas e padrões de jogo de maneira eficiente. Cabe-nos ainda ressaltar que os gestos técnicos podem e necessitam ser treinados e aprimorados pelos professores e treinadores, para que a equipe atinja um bom nível e assim possibilite um melhor desenvolvimento durante a partida de futsal.
Referências
ANDRADE JUNIOR, J.R. de. Futsal: aquisição, iniciação e especialização. Curitiba: Ed. Juruá. 2009
ASIN, G. Futbol Infantil. Barcelona: Editorial Sintes, 1969.
BORSARI, J. R. Futebol de Campo. São Paulo: EPU, 1989.
COSTA, C. Futsal: Aprenda a ensinar. Florianópolis, SC. Visual Books, 2007.
FERREIRA, R. L. Futsal e a iniciação. 2. Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. Cap. 4.
FILGUEIRA, F. Futebol: Uma visão da iniciação esportiva. Ribeirão Preto, SP. Ribergráfica, 2004.
FRISSELLI, A.; MANTOVANI, M. Futebol – Teoria e Prática. São Paulo: Phorte, 1999.
HARGREAVES, A. Skills and Strategies for Coaching Soccer. Champaign: Leisure Press, 1990.
LUCENA, R. Futsal e a Iniciação. Rio de Janeiro: 5ª edição, Ed SPRINT, 2001.
LUXBACHER, J. A. Soccer: Steps to Success. 2nd. ed. Champaign: Human Kinetics, 1996. Step 1.
MELO, R; MELO, L. Ensinando Futsal. Rio de Janeiro, RJ. Sprint, 2006.
MUTTI, D. Futsal: Da Iniciação ao Alto Nível. São Paulo, SP. Phorte, 2003.
SANTINI,J; VOSER, R.C da. Ensino dos esportes coletivos: uma abordagem recreativa. Canoas: Ed. Ulbra, 2008.
SANTOS FILHO, J. L. A. dos. Manual de futebol. São Paulo: Phorte, 2002.
TENROLLER, C. A. Futsal: Ensino e prática. Canoas: Ed. ULBRA, 2004.
VOSER, R.C da. Futsal: princípios técnico e táticos. 2ª ed. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.
WINTERBOTTOM, W. Técnica del Futbol (Soccer Coaching). Tradução Leonardo Rodriguez Vigil e Manuel Alonso Sanchez. Madrid: Editorial Distribuidora, 1954.
ZAPPA, M. El Futbol: su técnica - su espíritu. Tradução J. Ribes Albes. Revisão J. Terés. Barcelona: M. Arimany, 1947.
Por ser um jogo dinâmico, apresenta característica de confronto entre duas equipes dentro da quadra de jogo. Ele tem características como à movimentação em quadra, que necessita brusca aceleração e desaceleração, somado a mudanças de direção (Pacheco, 2010). Kurata (2007) fala também que o futsal é uma modalidade que se caracteriza pela realização de esforços de alta intensidade e curta duração, intercalados com períodos de menor intensidade e duração variada.
Podemos definir fundamentos técnicos do futsal como gestos esportivos que são realizados com o menor gasto de energia e com a máxima precisão possível. Cabe-nos ressaltar que estes gestos podem ser treinados e aprimorados e são básicos para o bom desenvolvimento da partida de futsal.
De acordo com Andrade Junior (2009) a técnica do futsal é tudo aquilo que o atleta faz individualmente dentro da quadra de jogo. Segundo Filgueira (2004) a técnica proporciona o maior nível de desempenho no praticante da modalidade de forma objetiva e econômica. Voser (2003) segue a mesma linha, ao definir a técnica como todo o gesto ou movimento realizado pelo atleta que lhe permite dar continuidade e desenvolvimento ao jogo. Ou também como uma seqüência sem fim de movimentos realizados em uma partida, tendo como base os fundamentos do futsal.
Andrade Junior (2009) diz que a preparação para o aprendizado da técnica do futsal pode ser dividida em duas, sendo a preparação técnica especial onde o aluno ou atleta aprende as leis biomecânicas do movimento e as ações relativas ao desporto em si; já na preparação técnica geral ele amplia sua aptidão física e seus conhecimentos acerca dos fundamentos, sendo assim possibilita a realizar movimentos motores muito mais complexos. Para Lucena (2001) o padrão técnico de cada jogador é influenciado pelos componentes de equilíbrio, ritmo, coordenação geral e coordenação espaço-temporal, bem como as vivências motoras ao longo da vida.
Com isso, seguindo o proposto por Santini e Voser (2008) abordaremos os principais fundamentos do jogo de futsal, os quais são divididos em passe, chute, domínio, condução, drible, finta, marcação, e cabeceio.
Objetivo
Pretendeu-se, com esse estudo, fazer uma reflexão a respeito dos fundamentos técnicos que servem como base para a prática da modalidade futsal.
Metodologia
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio das bases de dados Lilacs, Scielo, Google Acadêmico e literaturas. Nestes locais de pesquisa foram buscados materiais de aporte para uma melhor explicação sobre o tema referido, cujos autores discutem diferentes assuntos ligados diretamente ao foco principal, que são os fundamentos técnicos básicos do futsal.
Fundamentos técnicos
Passe
O passe nada mais é do que a forma mais básica de comunicação entre dois jogadores. De acordo com Melo e Melo (2006) o passe é a forma de transportar a bola entre dois ou mais elementos de uma mesma equipe. Para Ferreira (1994) o passe é a "ação de enviar a bola a um companheiro ou determinado setor do espaço de jogo". O princípio básico é reter a bola o maior tempo possível, impossibilitando o adversário de tentar concluir uma ação tática ofensiva. O sentido lógico dos passes é envolver o adversário e deixar um atleta em condições de concluir ao gol (Zappa, 1947).
Devemos saber passar a bola a um companheiro de equipe que está em melhor situação a fim de concluir a jogada que se iniciou. Segundo Hargreaves (1990) é a segunda mais importante habilidade do futsal desde que este seja realizado com sucesso. O passe pode ser realizado de várias formas distintas, podendo ser dado com a sola, com a parte externa, com a parte interna, com o peito, com o calcanhar ou ainda com o "bico" do pé (Luxbacher, 1996; Asin, 1969; Borsari, 1989). Complementando o exposto acima Winterbottom (1954) fala que o passe pode ser feito também com a cabeça, em distâncias pequenas ou longas, pelo solo ou pelo ar.
Não se trata somente de lançar à bola a maior distância possível, é necessário e primordial colocar a bola com precisão (Asin, 1969). Segundo Costa (2007) passar é a forma que o jogador tem para movimentar a bola até um companheiro de equipe, para assim dar continuidade à jogada. Em teoria passar é fazer com que a posse de bola fique retira com uma das duas equipes, a perfeição desta ação permitirá a evolução das jogadas até o momento do chute ao gol.
Segundo Tenroller (2004), é a ação de interligar-se com os integrantes de uma equipe. É o fundamento técnico mais importante. É o elo de ligação num jogo. Acontece por muitas vezes no jogo e mais que qualquer outro fundamento. Para se ter uma idéia da importância desse fundamento, basta ver que quando uma equipe de alto nível sai de um jogo derrotado, no scalt é verificado um número acentuado de passes errados. As movimentações, as jogadas ensaiadas, ações técnicas, enfim, tudo fica prejudicado quando há ineficiência nesse fundamento.
Para Junior (1999), passe é a maneira como se bate na bola e implica que os atletas se comuniquem entre si dentro da quadra. É de fundamental importância para o rendimento da equipe, pois todos os sistemas táticos dependem desse fundamento. Para Filho (2000) deve-se observar não só a posição do companheiro para o qual se pretende passar a bola, como também à do adversário que o marca e, a partir daí, utilizar o tipo mais adequado para a situação e objetivo desejados.
Eles podem ser classificados de várias formas (SANTINI e VOSER, 2008). Quanto à dificuldade (passes básicos ou complexos); quanto à trajetória (rasteiros, meia altura ou altos); e quanto à distância (curtos, longos, médios, paralelos, diagonais, para frente ou para trás).
Finalização ou chute ao gol
Considerado por Costa (2007) como um dos principais elementos técnicos do futsal, é o fundamento com maior poder de decisão durante uma partida. Caracteriza-se por bater na bola com o pé, cabeça ou outra parte do corpo, fazendo com que essa vá em direção ao gol (Santini e Voser, 2008). Também segundo Costa (2007), é a força que o atleta imprime na bola objetivando o gol na equipe adversária.
Conhecido como chute ou remate, ele faz parte da essência do futsal, sendo assim, Mutti (2003) fala que a finalização assemelha-se muito com o passe, exceto pelo fato de que o jogador necessita maior controle da força e da direção ao acertar a bola. Tenroller (2004) diz que é a ação de golpear a bola parada ou em movimento, visando desviá-la ou dar-lhe trajetória, preferencialmente em direção ao gol.
Dentre as diversas formas de ser realizado, o chute com o peito do pé é o mais utilizado, pois com isso os jogadores conseguem imprimir maior força de remate em direção ao gol. A finalização com a parte interna do pé é um chute no qual o atleta consegue maior precisão, colocando a bola com mais facilidade onde desejar. Existe também o remate com a parte externa e com o "bico" do pé, os quais são utilizados em horas de "aperto" onde o jogador não possui maiores alternativas.
Chute é a ação de golpear a bola parada ou em movimento visando desviá-la ou dar-lhe trajetória (LUCENA, 2001). É um fundamento que precede o gol. A técnica do chute tem uma grande semelhança com a do passe, sendo que, a intenção, o objetivo e a força aplicada servem para diferenciá-los. Dentre as técnicas utilizadas, é a que detém o gesto motor mais natural para ser executado.
Recepção, domínio ou controle de bola
Recepção, domínio ou controle de bola é a habilidade em que o jogador amortece a bola e, sobretudo a conserva próxima de si, procurando, dessa forma, manter sua posse (Santos Filho, 2002). Para Melo e Melo (2006) esta ação nada mais é do que a forma com que o jogador recebe a bola com as diferentes partes do corpo desde que com isso, a bola fique sob seu controle. Costa (2007) diz que domínio é a forma de amortecer a bola ou recebê-la, visando dar seqüência as ações de jogo. Este fundamento técnico é de grande importância no jogo, pois um domínio mal feito pode resultar em gol da equipe adversária.
Ele é realizado de várias maneiras, podendo ser realizado com o peito, com o pé (partes externa, interna, sola e "bico"), com a coxa ou também com a cabeça. Durante uma partida o jogador pode receber a bola com qualquer uma das partes do corpo citadas acima podendo estar com apoio no solo ou sem apoio, executando a recepção com salto (Santos Filho, 2002). Conforme Rose Júnior (2006), recepção ou domínio de bola é a ação que consiste em receber ou interromper a trajetória da bola para que esta fique em condições de ser jogada com uma ação posterior, para dominá-la é preciso observar os fatores temporais e espaciais relacionados com a velocidade e a trajetória da bola, mais o espaço disponível para o domínio.
Para Lucena (2001), é a ação de interromper a trajetória da bola vinda de passes ou arremessos. Segundo o mesmo autor, uma boa recepção agiliza o jogo e também, juntamente com o passe, são os dois principais elementos do jogo. Para Tenroller (2004), é uma ação consciente que ocorre a partir do recebimento da bola, muitas vezes entregue por um companheiro de equipe, em mantê-la sob controle e, assim, poder realizar movimentos técnicos a fim de dar seqüência à jogada. Essa ação pode ser feita com qualquer parte do corpo, exceto com aquelas não permitidas pela regra.
Segundo Frisselli e Mantovani (1999), recepção é o primeiro contato com a bola, através de uma das estruturas corporais permitidas pelas regras. A partir desse primeiro contato, onde ocorre à recepção, passa-se à segunda fase, que é o domínio da bola, e, assim por diante, à terceira fase, que o controle da bola. O equilíbrio, a coordenação dos movimentos, a flexibilidade e total atenção e visão da bola são pré-requisitos básicos para uma boa execução desta habilidade.
Condução
Segundo Tenroller (2004), é o movimento de levar a bola próximo aos pés, de maneira que ela esteja sempre ao alcance do condutor, que assim poderá agir prontamente, quer seja caminhando ou em velocidade. Uma condução com habilidade apurada requer ampla percepção espacial. Muitos torcedores definem esse jogador como inteligente, de fato, requer as inteligências motoras amplas, espacial e temporal a fim de ser bem sucedido nos jogos.
Conduzir a bola refere-se à ação de carregá-la de um local para outro na quadra, principalmente em direção à goleira adversária (Mutti, 2003). Para Santos Filho (2002) a condução é a habilidade do jogador em controlar ou manter a bola sempre sob seu domínio. Sua condução poderá ser em linha reta, curva, em diagonal ou em ziguezague, porém sempre com movimentação solta e por meio de toques sucessivos.
Já para Costa (2007), condução de bola nada mais é do que o simples fato de transportar a bola pelos espaços possíveis na quadra, de um lado ao outro. Para que esta condução seja realizada de forma eficiente, ao tocar na bola, o jogador deve fazê-lo sem muita força, para que esta não fuja do seu controle. Também é necessário manter sempre uma boa visão de jogo, da bola e, principalmente, dos atletas, quer adversários ou de sua própria equipe.
Para Lucena, (2001), é a ação de progredir com a bola por todos os espaços possíveis do jogo. Ao conduzir a bola, deve-se estar sempre em condições de passar, finalizar, manter a posse ou dar seqüência às ações de jogo. Segundo o mesmo autor, ela classifica-se em: Condução em relação à trajetória ou à execução, podendo estas ser retilíneas ou sinuosas.
Quanto à execução, as conduções retilíneas e sinuosas podem ser realizadas com a face interna, face externa ou solado. Segundo Lucena (2001), deve-se considerar cabeça erguida, bola próxima do corpo, coordenação em velocidade, proteção de bola, equilíbrio, noção de espaço e estar em condições de passar, finalizar ou manter a posse de bola.
Drible
Denominamos drible como o recurso em que o jogador utiliza para, quando de posse de bola, ultrapassar o adversário sem perder o controle da mesma. De acordo com Mutti (3003), o ato de driblar é uma ação individual realizado com bola, que é o resultado de uma combinação de variáveis como equilíbrio, velocidade de arranque, agilidade, descontração muscular, ritmo entre outros, que tem por objetivo ultrapassar o adversário a sua frente. Para Costa (2007), drible é o gesto pelo qual o atleta busca ultrapassar um ou mais adversários, estando com a posse de bola sob seu domínio.
Segundo Lucena (2001), é uma ação individual, exercida com a posse da bola, visando ludibriar, um oponente tentando ultrapassá-lo. É um dos elementos do jogo, que para ser bem aplicado exige do praticante bom tempo de reação, velocidade de execução, noção de espaço, coordenação e a capacidade de improvisar na utilização das diferentes técnicas individuais..
Para Tenroller (2004), trata-se de uma série de movimentos e ações que culmina com a superação do adversário e a seqüência da jogada com a posse da bola. Curiosamente, em opiniões e depoimentos, alguns jogadores dizem sentir mais alegria e prazer em superar os adversários com a posse da bola, isto é, driblá-los, do que fazer o gol. Os dribles podem ocorrer por vaidade quando há uma diferença muito acentuada das habilidades individuais entre os jogadores.
Finta
Diferentemente do drible, a finta é um movimento realizado sem a posse da bola. Ele tem por objetivo principal deslocar o adversário e fugir de sua marcação. Para Costa (2007) fala que finta é o ato de se movimentar sem a bola com o intuito de ludibriar o adversário. Ela é feita através de um balanço do corpo para frente ou para os lados, para assim tirar proveito da jogada tirando distância do oponente. Este termo é amplamente empregado em esportes como basquetebol e o handebol.
Segundo Tenroller (2004), é uma ação de inteligência motora e cognitiva que ocorre no espaço e no tempo apropriado. Seu objetivo maior é o de levar o adversário - geralmente é o marcador - a pensar que quem fez a finta irá para um lugar quando este vai para outro. Esse deslocamento ocorre sem a bola justamente para que se possa, na maioria das vezes, recebê-la em situação privilegiada, ou seja, sem a pressão do adversário.
Tal fundamento é muito requisitado nos jogos de alto nível, uma vez que, logo após a finta, haverá a possibilidade de acontecer o chute a gol ou, ainda, um passe ou assistência a um colega de equipe em melhores condições de dar seqüência à jogada. Ela pode segundo Santini e Voser (2008) ser classificada quanto ao seu objetivo, seja ofensivo ou defensivo.
Marcação
Mesmo com muitos autores citando este fundamento em seus estudos como sendo de caráter coletivo, tendo em vista que ela é unidade da defesa, a marcação é realizada de forma individual pela aproximação do adversário, objetivando roubar-lhe a bola, impedir seu recebimento ou impedir sua ação. É de fundamental importância para um bom resultado final em uma partida.
Ela ocorre em dois casos distintos, ao se marcar o adversário que está com a bola e os adversários que estão sem ela. Costa (2007), diz que marcar o adversário é evitar sua progressão quando este está com a posse de bola, ou quando este está sem a posse de bola, marcação significa não deixar que este receba em condições dar seqüência na jogada.
É comumente dividida em marcação individual, por zona ou mista. Na marcação individual cada jogador de defesa tem sob sua responsabilidade um adversário pré-determinado, a quem caberá marcar, controlar e anular, impedindo-o de jogar, quando o time adversário tenha a bola. Neste tipo de marcação o fator mais importante é o jogador adversário a ser marcado. Já a marcação por zonas ou por setores é realizada considerando as faixas da quadra: defesa, meio-campo e ataque. Dividindo a quadra em zonas, atribui-se a cada jogador um espaço, de acordo com suas características e as da função a ser desempenhada, mas os limites das zonas não são estanques, cabendo aos responsáveis por cada zona o cuidado também com as demais zonas. E por fim a marcação mista consiste na soma das duas anteriores, segundo a qual parte da equipe joga marcando por zona, e outra, marcando individualmente, sobre um ou mais adversários. Geralmente utilizada para anular os grandes destaques individuais da equipe adversária.
Segundo Tenroller (2004), trata-se da ação de evitar que o adversário receba a bola ou, quando este a possui, impedir ou dificultar suas ações técnicas de condução, passe, chute ou drible. Há possibilidade de essa ação acontecer de modo individual quando um jogador ficar sempre muito próximo ao adversário. Essa é a denominada marcação homem a home ou individual. Outro modo de execução dá-se por zona. Este consistem em impedir o êxito da equipe adversária controlando suas ações em determinados espaços da quadra. Para Lucena (2001), é a ação de impedir que o oponente direto tome posse da bola, e quando de posse da mesma, venha a progredir pelo espaço de jogo, classificando-se segundo o autor em três aspectos: individual, por espaço ou zona e mista.
Segundo o mesmo autor, a técnica de marcar pode ser dividida em dois estágios: a aproximação e a abordagem.
Cabeceio
Cabeceio nada mais é do que golpear a bola com a cabeça. Ele deve ser executado preferencialmente com a testa (parte frontal da cabeça) e com os olhos abertos, para que o jogador possa determinar com maior precisão para onde a bola lançada (Mutti, 2003). Também segundo o mesmo autor a testa é a melhor região de contato da cabeça com a bola, porém o cabeceio também pode ser feito com a lateral e com a porção superior da cabeça. Segundo Tenroller (2004), é a ação de golpear a bola com a cabeça, dependendo do lugar da cabeça onde ocorre o contato com a bola, está ganhará maior ou menor velocidade ou direção. O cabeceio poderá ter propósito defensivo quando usado para afastar a bola da zona de defesa, há o cabeceio passe, que ocorre quando a bola é impulsionada até um colega de equipe e o cabeceio ofensivo, que é o que resulta na consecução do gol. É importante a quem executa o cabeceio fazê-lo com a boca fechada, a fim de evitar morder a língua. Também deve, se possível, cabecear com os olhos abertos para que possa ver antes e depois da trajetória da bola e se o alvo será ou não atingido.
Assim como o chute também tem como objetivo à finalização de uma jogada, ou a defesa de uma jogada, assim o cabeceio ofensivo tem como objetivo alcançar o gol do adversário, e o defensivo de defender um ataque adversário. O cabeceio ofensivo normalmente é realizado após um cruzamento seja ele de uma jogada pela lateral do campo, por um cruzamento de escanteio, ou cobrança de uma falta. O cabeceio é uma habilidade especifica dentro do futsal e apresenta erros de simples correção, porém muito freqüentes, sendo desta forma importante sua correção para que não virem hábitos difíceis de serem corrigidos posteriormente.
Considerações finais
Considerando todos os aspectos abordados por este manuscrito, percebemos que os fundamentos são essenciais para um bom desempenho no futsal, tanto para iniciação quanto para o alto rendimento, pois sem eles não há como realizar jogadas ensaiadas e padrões de jogo de maneira eficiente. Cabe-nos ainda ressaltar que os gestos técnicos podem e necessitam ser treinados e aprimorados pelos professores e treinadores, para que a equipe atinja um bom nível e assim possibilite um melhor desenvolvimento durante a partida de futsal.
Referências
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ASIN, G. Futbol Infantil. Barcelona: Editorial Sintes, 1969.
BORSARI, J. R. Futebol de Campo. São Paulo: EPU, 1989.
COSTA, C. Futsal: Aprenda a ensinar. Florianópolis, SC. Visual Books, 2007.
FERREIRA, R. L. Futsal e a iniciação. 2. Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. Cap. 4.
FILGUEIRA, F. Futebol: Uma visão da iniciação esportiva. Ribeirão Preto, SP. Ribergráfica, 2004.
FRISSELLI, A.; MANTOVANI, M. Futebol – Teoria e Prática. São Paulo: Phorte, 1999.
HARGREAVES, A. Skills and Strategies for Coaching Soccer. Champaign: Leisure Press, 1990.
LUCENA, R. Futsal e a Iniciação. Rio de Janeiro: 5ª edição, Ed SPRINT, 2001.
LUXBACHER, J. A. Soccer: Steps to Success. 2nd. ed. Champaign: Human Kinetics, 1996. Step 1.
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MUTTI, D. Futsal: Da Iniciação ao Alto Nível. São Paulo, SP. Phorte, 2003.
SANTINI,J; VOSER, R.C da. Ensino dos esportes coletivos: uma abordagem recreativa. Canoas: Ed. Ulbra, 2008.
SANTOS FILHO, J. L. A. dos. Manual de futebol. São Paulo: Phorte, 2002.
TENROLLER, C. A. Futsal: Ensino e prática. Canoas: Ed. ULBRA, 2004.
VOSER, R.C da. Futsal: princípios técnico e táticos. 2ª ed. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.
WINTERBOTTOM, W. Técnica del Futbol (Soccer Coaching). Tradução Leonardo Rodriguez Vigil e Manuel Alonso Sanchez. Madrid: Editorial Distribuidora, 1954.
ZAPPA, M. El Futbol: su técnica - su espíritu. Tradução J. Ribes Albes. Revisão J. Terés. Barcelona: M. Arimany, 1947.
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Editado por Dani Souto Esporte Educacional
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